terça-feira, 27 de maio de 2014

Aqui te espero!


Desafio-te! Sim, desafio-te a ti...que sempre me colocaste à prova, que sempre 'zombaste' do meu frágil domínio, da minha parca garra em me afirmar!

Eu que sou previsível, desafio-te! Eu que sou insolente, desafio-te! Eu, e somente eu, que me estilhaço em mil bocados impregnados de imprudência, desafio-te e encaro-te, cobarde!

Tu, ingrata e altiva, desdenhas-me! Tu, que nunca foste justa nem fiel, apunhalas-me! Tu, que me enfeitiçaste com negro manto do gélido plutão, e me seduziste com o seu magnetismo, tornaste-me um poço de negação infinita.

Que queres afinal?
 Estilhaços meus??

Sou feita deles, pertencem-me! São 'Eu' e eu 'Eles', a minha essência, as minhas peças, os meus átomos que, afinal, nunca se tocam - repelam-se! E de nada importa, porque são meus e deles faço o que a minha alma reflectir. O espelho não engana... os olhos, marejados de sal, assim o provam.

A ti, enfrenta-me e surpreende-me...


O que é difícil afinal?













Mentir é fácil que dói,
Esconder é fel e corrói.

Fugir é fácil pra uns,
Matar...talvez para alguns.

Gritar, qualquer um o faz,
Esquecer...traz (?) alguma paz.

Chorar....riacho a fluir...
Mas sentir... sentir(!)...

Sentir é obra divina,
Pintada em quadro infernal...
Que nem perspicácia felina,
Em laço de afectos fatal.

Sentir....
Que ora está bem...
Que ora está mal...

Que jamais aprenderei,
E nunca abdicarei,
Do meu ser sensorial.