quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Uma aventura no sofá

Era Inverno...e como o detesto!

Fico de certo modo deprimida ao acabar o dia numa noite fria e escura, entre chuviscos e nevoeiro medonho...
Estava em casa aborrecida, sem nada de interessante para fazer, e recebi um telefonema do Mário. Há muito que não me dava sinal de vida. Estranhei, mas aceitei o seu convite de ir ver um filme novo que tinha sacado da net.
Em meia hora pus-me pronta, e foi-me buscar a casa sem muita demora. Pensei que íamos para casa dele, mas não.

-Chegámos! - disse ele.

Era uma casa simples, com mobília em segunda mão e usada, com um leve cheiro a madeira podre. Deduzi que seria uma casa de um parente idoso.

-Sim, é a casa dos meus avós. Não estão a algum tempo, mas deixam-me usa-la quando e como quero.
Bem..eu e o Mário éramos amigos, mais que meros conhecidos, la... tínhamos amigos em comum, mas não uma relação chegada. Era normalmente calado, mas por vezes conseguíamos ter umas conversas minimamente interessantes e filosóficas.
Sempre senti uma atracção por ele: moreno, de estatura media, olhos escuros e misteriosos e uma voz..meu Deus, que voz..a mais sexy que ouvira ate então! Por vezes ate dizia que tinha voz de actor porno, eu me ria. Contudo, o Mário nunca se fizera a mim, nem mesmo em momentos a sós, e deduzi que provavelmente não era o tipo dele.
Mas nessa noite parecia diferente...
Ligou o computador, e começamos a ver o filme mergulhados em silencio e escuridão.. Estava frio, por isso foi buscar-nos uma manta, e ficamos assim, mais próximos. Sentia-me quente e nervosa, e quando senti a sua mão tocar na minha, estremeci. -Que faço agora?-pensei.
Não sabia como reagir, se corresponder ou afastar-me.Aguentei ao máximo ate o filme acabar. era tarde, e ele perguntou-me se queria ir embora. Respondi que poderíamos ver mais um filme...e assim foi! Quer dizer, era suposto ser, pois assim que se foi aproximando de mim, do meu pescoço que arfava, do meu peito a ferver, esqueci o mundo e beijei aqueles lábios carnudos que me chamavam.E que fera...abraçámo-nos no sofá, rolamos no chão. Até que ele me aborda: -Queres ir para o quarto?
Havia algum tempo que não estava com ninguém, mas o desejo era forte.-Vamos!
Sentia-me desconfortável, ainda não acreditava que estava ali, com o Mário, que nunca me dera ate a altura qualquer sinal de avanço.
A vontade crescia, o calor aumentava e quando os nossos corpos se tocaram, senti -é real!
Vi que ele estava igualmente incomodado, mas penetrou-me e senti a minha intimidade vibrar que excitação. Queria senti-lo em mim, na sua plenitude, mas de repente recuou e deixou-me desamparada. -Que se passa? Fiz algo de mal?
-Não, disse ele. Eu é que ando ultimamente parado, e fui depressa demais agora.
Ficámos no silencio...não me deixou tocar-lhe mais, afastou-se como um animal ferido.
Vestímo-nos e mais uma vez num silencio continuo, levou-me a casa.
Nessa noite, demorei mais tempo que o habitual a adormecer.
No dia seguinte tentei falar-lhe, mas em vão...
Passados uns dias sempre a pensar no assunto, resolvi cortar qualquer tipo de relação com o Mário.

Foi melhor assim...não passou de um mero momento carnal!

Todas as historias, nomes e características das personagens deste blog, são baseadas em cenas teatrais fictícias com uma pitada de verdade. Tudo o resto, é mera coincidência!